A Freguesia de S. Bartolomeu de Messines integra o concelho de Silves e estende-se por cerca de 254 Km2, sendo a maior do Algarve e uma das maiores do país.
Encontra-se limitada, a Norte por São Marcos da Serra e S. Barnabé (concelho de Almodôvar); a Sul por Algoz, Tunes e Alcantarilha; a Este com Alte (concelho de Loulé) e Paderne (concelho de Albufeira) e a Oeste por Silves, distando cerca de 17 km da sede do concelho.
É delimitada ainda pelos Cerros da Gralheira (281m), Penedo Grande (248m), Pico Alto (276m) e Rocha de Messines (349m) que formam uma barreira natural a Norte.

S. Bartolomeu de Messines, cerca de 1910

O seu território é formado pela serra, a norte, e pelo barrocal, a sul, e é marcado pela existência de um arenito ferruginoso, do período Triássico, denominado “grés de Silves” e que distingue esta região com a sua cor vermelha.
Marcam também presença, a nível hidrográfico, duas bacias, a do Arade, na qual foram construídas as barragens do Arade e do Funcho, e a do Ribeiro Meirinho, também designada Ribeira de Alcantarilha.
Estudos recentes de José Manuel Vargas apontam para a criação da freguesia de São Bartolomeu de Messines entre 1530 e 1540.
Mas a história da ocupação humana nesta freguesia é muito antiga, o que se comprova por achados arqueológicos que remontam ao final do Paleolítico Superior, descobertos em sítios como Gregórios, Cumeada, Pico Alto, Benaciate, Vale Fuzeiros e outros.

Necrópoles em Vale Fuzeiros

A Idade do Ferro chegou até nós através da descoberta de necrópoles, algumas delas contendo estelas com inscrições de Escrita do Sudoeste, cerâmica e outros artefactos.
Existem vestígios da ocupação romana, estando identificadas minas de galeria com extração antiga, nomeadamente minas de cobre e também vestígios da ocupação islâmica, como atestado com a descoberta do povoado da Portela de Messines e outros posteriores.

Villa Romana no sítio das Cortes

É também aceite a existência de um castelo em Messines, local de confluência de várias vias. A sua existência é referida pelo cronista anónimo que fala do castelo de “Mussiene”, em 1189, aquando da conquista cristã de Silves. Num estudo recente, Luís Miguel Cabrita admite que o castelo de “Mussiene” se localize na atual malha urbana, nas imediações da Capela de São Sebastião.
Com a conquista definitiva do Algarve, no reinado de D. Afonso III, a freguesia passou a fazer parte do concelho de Silves É no século XI que surge a primeira referência a Messines, no “Livro do Almoxarifado de Silves”.
No século XIX, com as guerrilhas entre Liberais e Miguelistas, a aldeia salta para a ribalta quando um dos seus habitantes mais notáveis, José Joaquim de Sousa Reis, o “Remexido”, torna estas terras o palco da sua ação de guerrilha.
Outro grande vulto emerge nesta época, o do poeta e pedagogo João de Deus, autor da Cartilha Maternal, nascido em São Bartolomeu de Messines, em 1830, e cuja memória continua muito viva, incluindo através da Casa-Museu João de Deus.
No século XIX, com o incremento de várias indústrias, como da cortiça e de frutos secos, a aldeia de Messines torna-se uma povoação dinâmica, em grande expansão. Abrem-se estradas e o caminho de ferro põe-na em contacto com novos centros.

Nas últimas décadas, essas atividades foram perdendo força, à medida que os citrinos iam substituindo os pomares de sequeiro.

A agricultura perdeu uma grande parte dos seus ativos e a Vila de S. Bartolomeu de Messines passou a ter a sua economia local baseada na prestação de serviços e no pequeno comércio. Uma parte da população trocou as atividades tradicionais por outras ligadas ao turismo do litoral.
Hoje, a freguesia conhece algum dinamismo em atividades ligadas ao turismo, como o turismo rural e de natureza, bem como de autocaravanismo.
Conta com um parque empresarial em expansão que alberga atualmente dezenas de pequenas empresas e algumas resistentes que souberam adaptar-se às mudanças, trazendo estabilidade económica à freguesia. Tem ainda empresas ligadas à comercialização de citrinos e de vinhos.
É também esta freguesia que acolhe o Centro Nacional de Reprodução do Lince Ibérico que tem conseguido, com um trabalho de mais de uma década, retirar esta espécie da situação extremamente crítica em que se encontrava.
Uma das suas forças da freguesia de São Bartolomeu de Messines reside nas suas pessoas, ativas e empreendedoras, e num elevado número de associações que desenvolvem múltiplas atividades em prol da população, registando um dinamismo social, cultural e desportivo relevante.

A freguesia conta atualmente com cerca de 8500 habitantes.